A Reforma Trabalhista, aprovada em agosto no Congresso Nacional, entrou em vigor a partir deste sábado, dia 11. Para o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos em Serviços de Saúde de Joinville e Região, Lorival Pisetta, as alterações na lei são classificadas como um “prejuízo à classe trabalhadora”.  “A reforma trabalhista aprovada pelo Governo Temer - lei n 13.467/17, que entrará em vigor neste dia 11, alterou 117 artigos e vários parágrafos e incisos da CLT, em prejuízo da classe trabalhadora”, opina Pisetta.

 

 

Lorival critica a criação do trabalho intermitente, na qual a empresa tem que convocar o trabalhador com cinco dias de antecedências para prestar um serviço. “O empregador contrato o empregado, mas não dá a ele um horário fixo. Isso é muito ruim porque permite que o empregado receba menos de um salário mínimo por mês”, dispara Pisetta.

 

 

O presidente do Sindicato afirma que o fim da contribuição sindical obrigatória chega em um momento crucial. “(Isso foi) um golpe contra todos os sindicatos. (O Governo) foi muito ‘inteligente’ ao desmontar os sindicatos em um momento de perda de direitos dos trabalhadores”, opinou. Sem a contribuição, os “próprios trabalhadores que terão seus sindicatos enfraquecidos sem poder prestar todos os atuais trabalhos”, continuou Pisetta. Com a nova legislação, o pagamento passa a ser opcional.

 

 

Outra alteração importante é que o negociado entre empresário e sindicatos valerá mais que o legislado para alguns itens, como jornada de trabalho, banco de horas e participação nos lucros. Pisetta destaca que “há uma desigualdade de força” entre os dois lados e que não existirá, de fato, uma “negociação”.

 

 

“A empresa vai negociar com o empregado vários direitos trabalhistas, mas se sabe que, na prática, a empresa que vai impor ao empregado os itens que ela deseja negociar, inclusive banco de horas”, diz Lorival.

 

 

Para o presidente do Sindicato da Saúde, a população está “anestesiada” e sem entender a gravidade das alterações feitas nesta reforma. “Ainda há um certo comodismo, as pessoas estão anestesiadas e não se deram conta do quanto é grave”, opinou o dirigente sindical. Lorival Pisetta prevê uma classe trabalhadora “simplesmente empobrecida” nos próximos anos, mantida essas perdas de direitos.

 

 

“Haverá retrocesso na renda, no crédito, no capital de uma maneira geral”, projetou Lorival.